Saturday, March 22, 2008

Coisas...


Nunca me ocorreu dissertar aqui acerca daquilo que, não há como dizê-lo de outra forma, constitui uma frase de engate. Quer queiramos quer não, uma vez ou muitas, andamos por aí ao engate, quais animais com cio, de narinas levantadas em busca do enebriante aroma das feromonas ...
Não quero aqui tecer considerações nenhumas acerca dos (in)sucessos [riscar o que não interessa] de cada um de vós, nem quero explanar os aspectos técnicos da coisa, e vou-me apenas debruçar numa expressão curiosa que aprendi um destes dias e que constitui a razão desta diarreia mental.

Enquanto eu tecia vernáculas considerações pelo facto de me terem subtraído uma parte considerável das couves que faziam parte do meu (parco) almoço, o perpetrante de tão hediondo crime explicava que fazia isso muitas vezes...
-- Fazes isso muitas vezes o quê?
-- Assim, tirar comida do prato das pessoas.
-- E achas bem?
-- Acho.
-- Mas fiquei cheio de fome!
-- Deixa lá. Sabias que foi assim que conheci o meu Osvaldo?
-- Assim como?
-- Estávamos na esplanada, ele na mesa do lado, e enquanto estendia o talher para o prato dele perguntei-lhe se podia tirar batatas fritas.
-- O quê?
-- É verdade!
-- Bolas, essa deve ter sido a pior frase de engate que ouvi até hoje!
-- (gargalhada) Pôssa, depois destes anos todos olha que nunca tinha pensado nisso dessa maneira.

Pois é. Neste mundo tão suigeneris e ao mesmo tempo tão banal, se calhar nunca ninguém se tinha lembrado que as melhores frases de engate, aquelas que perduram, não passam de perguntas ou gestos tão simples que chegam a ser estúpidas.

E eu, que como todos sabem sou um tradicionalista, ainda acredito em valores antigos e castos, de frasas intemporais como: a menina dança?

Só é pena eu ter pés de chumbo...

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