Sidónio Godofredo Aviãozinho
Com ideias simples, e ideais igualmente simples, no seu tempo percorreu Mundo em busca de si próprio, encontrando conforto e alento de Vida na simplicidade de ser uma pessoa simples.
Quando morreu, deixou para trás nada mais nada menos que um percurso tão ténue, porque simples, que até hoje, e já lá vão algumas décadas, em breve serão milénios, ninguém, mas absolutamente ninguém, se recorda sequer dele, nem dele existe mais que um registo, um assento de nascimento, e um outro do seu passamento.
Na sua simplicidade, como gostava de referir, observava o voo dos Pássaros que voam, não os invejava, pois era seu entendimento que se na Evolução, os Humanos fosse suposto voar, seriam para isso providos de apêndices alares e respectivas penas. Olhava os Pássaros que voam com admiração e alegria, mas também admirava os Homens que ousavam tocar o céu, movendo-se pelos ares quase como os Pássaros que voam.
Morreu enquanto observava precisamente e com toda a atenção um desses metalóides voadores que estridentemente se elevava nos céus, por certo apinhado de gentes e coisas. Morreu essencialmente enquando se quedou quieto nessa observação, nas travessas da travessia do caminho de ferro, quando, qual não é o seu espanto, deu por si em Santa Apolónia, já sem vida e cravejado de mosquitos, e outros insectos voadores, por toda a roupa domingueira, mais nos dentes e nos óculos, estes com dois impactos um deles com perfuração ocular e um par de periquitos brancos ensanguentados na nádega esquerda.
Deu um bocadinho de trabalho a raspar da frente do comboio, de design Pinifarina -- esclareceu na TV à noitinha o funcionário dos caminhos de ferro -- até lhe achei alguma graça, fazia lembrar um emblema na capota de um carro, só que espremido -- pormenorizou ainda mais o zeloso funcionário.
Na mármore albina a família mandou que se gravasse a seguinte sentida homenagem:
Sidónio Godofredo Aviãozinho
Viveu simples,
morreu de forma estúpida.
Quando morreu, deixou para trás nada mais nada menos que um percurso tão ténue, porque simples, que até hoje, e já lá vão algumas décadas, em breve serão milénios, ninguém, mas absolutamente ninguém, se recorda sequer dele, nem dele existe mais que um registo, um assento de nascimento, e um outro do seu passamento.
Na sua simplicidade, como gostava de referir, observava o voo dos Pássaros que voam, não os invejava, pois era seu entendimento que se na Evolução, os Humanos fosse suposto voar, seriam para isso providos de apêndices alares e respectivas penas. Olhava os Pássaros que voam com admiração e alegria, mas também admirava os Homens que ousavam tocar o céu, movendo-se pelos ares quase como os Pássaros que voam.
Morreu enquanto observava precisamente e com toda a atenção um desses metalóides voadores que estridentemente se elevava nos céus, por certo apinhado de gentes e coisas. Morreu essencialmente enquando se quedou quieto nessa observação, nas travessas da travessia do caminho de ferro, quando, qual não é o seu espanto, deu por si em Santa Apolónia, já sem vida e cravejado de mosquitos, e outros insectos voadores, por toda a roupa domingueira, mais nos dentes e nos óculos, estes com dois impactos um deles com perfuração ocular e um par de periquitos brancos ensanguentados na nádega esquerda.
Deu um bocadinho de trabalho a raspar da frente do comboio, de design Pinifarina -- esclareceu na TV à noitinha o funcionário dos caminhos de ferro -- até lhe achei alguma graça, fazia lembrar um emblema na capota de um carro, só que espremido -- pormenorizou ainda mais o zeloso funcionário.
Na mármore albina a família mandou que se gravasse a seguinte sentida homenagem:
Sidónio Godofredo Aviãozinho
Viveu simples,
morreu de forma estúpida.
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