Wednesday, November 28, 2012

21.12.12.22.12




MANTENHAM A CALMA

Em 21.12.12.22.12 vamos discutir a relação de importância do conversar e o beber líquidos em abundância como imperativo para quem se prepara para fazer uma viagem cosmológica partindo do pressuposto explanado na Enciclopédia Galáctica que o álcool é um líquido nú de cor, volátil, formado através da fermentação de açúcares, com propriedades intoxicantes para algumas formas de vida baseadas no carbono. Por sua vez, o Guia Galático para a Boleia reforça que a melhor bebida, com base de a´lcool, em existência é o Estoura-Gargantas Pan-Galático. O efeito desta bebida pode ser comparável, em termos humanos, ao cérebro ser completamente esmigalhado por um lingote de ouro envolto numa fina camada de limão às rodelas. Não existe no pedaço de poeira onde nidificam os humanos um local onde saibam sequer o que é um Estoura-Gargantas Pan-Galático, de onde, e segundo o Guia Galático da Boleia (edição revista, também disponível para iPAD e Android), uma modesta alternativa, não substitutiva, consiste na rápida ingestão de 3 pints de Guiness, tirada nas ideais condições de pressão e temperatura, com um efeito aproximado ainda mais com a ingestão sincronizada de 2 mãos cheias de amendoins salgados. Os 3 pints actuam como relaxante muscular, essencial para quem viaja à boleia no cosmos, e os amendoins apenas porque dá um contraste muito apreciado pelas papilas gustativas que são imensas e umas malucas do caraças.

MANTENHAM A CALMA

Instrucções:

1. aparecer no Pub e pedir 3 pints e 5 mãos cheias de amendoins salgados.
2. beber os 3 pints com velocidade violência e premeditação sincronizada com a ingestão dos amendoins salgados.
3. meter as sobejantes 3 mãos cheias de amendoins salgados nos bolsos [1].
4. ter sempre a toalha de banho [2] à roda do pescoço
5. a cada golo gritar de forma paranóica ao parceiro do lado: despacha-te bebe depressa que o mundo vai com o caraças!
6. às 2x10+[3.59] tendo os 3 pints do lado de dentro do corpo assim como os amendoins [3]. Deslocar o corpo para fora do pub, tendo certo que a toalha está visivel sobre os ombros, iniciando um processo gesticular frenético por forma a tornar evidente para um observador não terráqueo, e portanto e nomeadamente gesticulando para cima, o sinal galáticamente reconhecido para a boleia na esperança de que algum disco voador ou máquina estrambólica amarela nos apanhe, ou pelo menos, e porque os fenómenos meteorológicos e cosmológicos, como caso do fim do mundo, se conseguem ver muito melhor do lado de fora dos pubs, a não ser que estes não tenham tecto ou este seja translúcido. Em quaisquer dos casos depende do que acontecer primeiro. 

MANTENHAM A CALMA

[1] – é recomendável trazer sobre o corpo roupa que tenha bolsos.
[2] – não confundir toalha de banho com toalha de banho checo.A toalha de banho pode ser de banho turco.
[3] – excepto os amendoins que estão nos bolsos.






2 Comments:

Blogger António Luís said...

Very funny!
Visto dessa forma o fim do mundo parece bem divertido!

12:27 PM  
Blogger Corsário de Segunda said...

Os maias, 'Os Maias' e o fim do Mundo

por FERREIRA FERNANDES

DN 1-12-12

Diz-se dos tolos que quando se aponta a Lua eles olham para o dedo. Os maias tinham a reação inversa. Ótimos astrónomos, enquanto apontavam para o alinhamento dos planetas não viram chegar os espanhóis que deram cabo deles. De que lhes serviu serem uma civilização superior? Pois esses notórios incapazes de preverem o desastre próprio ganharam agora fama por anunciarem o fim dos outros: um antigo calendário maia marcou o fim do mundo para o próximo 21 de dezembro. Tolice acreditada por meio mundo - a Internet pôs-se nervosa, anunciaram-se suicídios - a ponto de, ontem, um cientista da NASA ter de desmentir. O choque de planetas, a tempestade solar e outros apocalipses antes do Natal, tudo aldrabices. Acredito, e aconselho a leitura não do fatídico calendário dos maias, mas de Os Maias. No fim do romance de Eça, os amigos Carlos da Maia e João da Ega dedicam-se a conversa dramática: "Não a vale a pena viver...", diz um. O outro concorda. E ambos chegam à conclusão de a única certeza ser o pó que nos espera. Porquê correr, pois, por alguma coisa?... Aí, Carlos olha para o relógio e vê que estavam atrasados para o jantar no Hotel Bragança. E deitam-se os dois a correr atrás da carruagem que os levará ao "paio com ervilhas"... Assim acaba Os Maias, e é uma mensagem que merece mais Internet do que a outra, dos maias. Leitor, quando lhe apontarem o fim do Mundo, a 21, olhe para o bacalhau e a couve tronchuda, dias depois.

11:44 PM  

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