Abelha Maia ou Vespão Prateado
Estavam duas ginjas (do inglês: old bats), ou velhas jarretas, mais ou menos à minha frente no espectáculo da tarde de ontem na feira medieval na Vila da Feira, ou pelo menos preparavam-se para se sentar quando uma delas, preocupada menos em conspurcar o cagueiro na terra, do que estava em não entornar o copo de sangria que ia mais ou menos a meio, quando, ou melhor, eis senão quando, desata num pranto desgraçado de fazer lembrar uma criança de colo a quem retiraram a mama da boca (comigo era assim), se apercebe que tinha uma vespa ou abelha (desculpem, chumbei a biologia), que tentava beber um trago do vinho açucarado que tinha no copo. A primeira coisa que reparei foi que teve um cuidado extremo em não entornar o conteúdo do copo, líquido precioso, o néctar dos deuses, ainda que adulterado com açúcar e com meia taça de salada de frutas em cima. Depois pousou o copo, ainda meio sem saber o que fazer, a boca lá continuou aberta, escancarada, emitindo um grito que mais parecia um grunhido, por certo em ultrasom, sem dúvida para atordoar os sentidos da abelha ou vespa, cegando-lhe os ouvidos, que como se sabe, as vespas, abelhas e ratazanas, assim como as baratas, têm pavor e fogem a quantas patas ou asas tem. Aliás, o próprio David Attenborough, num dos muitos programas sobre o reino animal já dizia: uma marretada nos cornos num desses bichos é mais eficaz do que gritos! Pelos vistos estes bichinhos... não ouvem muito bem. Onde ia eu? Ah, enquanto isto a amiga dela, preocupadíssima em não sujar o cagueiro, primeiro não ne sentou, depois andou a tentar não entornar o copo dela, porque estava mais cheio e mais propenso a entornar o precioso líquido, e portanto a sua segunda preocupação foi, e com a única mão que lhe restava livre foi, agarrar o telemóvel para tirar uma fotografia, ou várias, que postou de imediato no livronacara, para gaudio da audiência de 797494087679093040239823 amigos verdadeiros que de imediato fizeram lick. Depreendo mesmo sem pensar, que esta que veio com ela à feira medieval não deve ser uma grande amiga. Primeiro porque não a ajudou, o que só por si leva-me a acreditar isso mesmo, e depois porque, ninguém no seu perfeito juízo trás uma amiga do livronacara para um evento deste inferior gabarito, nunca jamais em tempo algum. E segundo porque, primeiro convence a amiga a não sujar a toilete, sentando-se em cima do casaco, com o interior voltado para a terra, depois decidiu convencê-la a virá-lo ao contrário acabando por sujar assim os dois lados... lá está mais uma prova que não serão grandes amigas... Por fim a abelha ou vespa lá esvoaçou dali para fora (ia aos esses que eu bem vi), e a vítima só espreitava para dentro do copo e, ainda aos gritos, perguntava à amiga da onça dela se estaria lá dentro o ferrão, porque pelos vistos, explicou, elas deixavam o ferrão (fosga-se, nem o Davis Attenbourough se lembrou dessa, que as abelhas ou vespas largam os ferrões para dentro de copos de sangria... ainda se fosse uma cuspidela, um cagaliostro, ou assim...). Depois não sabia se havia de havia de beber ou não porque tinha nojo da abelha ou vespa quando, de certeza, era mais limpinha e depois, com o álcool, ainda que não fosse muito, quem é que quer saber se a abelha ou vespa andou a patinhar em cima da esterqueira!!! Fosga-se. Lá se calaram as duas e, ainda bem, porque o espectáculo ia mesmo começar e falava de um amor impossível de um fidalgo cristão, conselheiro de D. Sebastião II "O Catraio" com a filha de um vizir de Elvas... e voçês sabem como eu sou um romântico incorrigível e um adepto das histórias de cordel ... snif snif snif
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