Boião de Cultura
É mentira; não foi o vil coveiro
Quem com manha, maldade, ou tudo junto,
Impingiu várias iscas de defunto.
A mascarrado e gírio pasteleiro.
Foi Bernardes ( o Nénias) que em mau cheiro
Enfrascando o nariz e as mãos em unto
Impingia também o seu presunto,
Dalgum, com que esbarrva ainda inteiro.
Hoje atreve-se a mais; quer ver se apanha
Este, que é dos cadáveres Herodes,
Ao descarnado França em seco chispe.
Se lhe cais, Melizeu, na mão grifanha,
Lá vão filhos, mulher, sonetos, odes,
Ah, pobre! Queira Deus que te não bispe!
[Ao Dr. Manuel Bernardo de Sousa e Melo, correndo fama de que o coveiro do cemitério da Esperança vendia iscas de defunto a um pasteleiro vizinho do mesmo sítio, por Barbosa do Bocage]
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