Wednesday, April 13, 2016

os fajardos

Tudo começou naquele dia de manhã em que foi trabalhar.

Não que nos outros dias não fosse trabalhar de manhã, ou não fosse trabalhar, mas naquele dia, de manhã, na manhã que foi trabalhar, exactamente com das outras vezes, trabalhou de manhã, e quando digo isto entendo que o acto de trabalhar de manhã, avie a freguesia que lhe entra pela porta dentro, não por ser de manhã mas por que entendem que precisam de ser aviados, ou atendidos.



(Divago... não, perdi-me mesmo.)

(Ah!)



Bom, entrou uma senhora da parte de tarde que queria que eu lhe respondesse a umas perguntas, nomeadamente acerca de um assunto que não me sabia explicar bem mas que teria a ver com um papel que tinha na carteira, de entre uns quantos que fez vomitar da carteira para a mesa, que depois de encontrar, com a dificuldade da pitosguice galopante, disse ela, «não trouxe os outros óculos», os que lhe permitiam ler os papeis, e antes de encontrar o papel que queria referiu uma série de coisas, nomeadamente que alguém teria feito uma fajardice ao seu filho, «fajardos! Fizeram a fajardice…» bradou ela e explicava o que fajardaram enquanto procurava encontrar os papeis no meio da desfocagem dos olhos.

Por fim lá apareceu  o papel e esclareci, o pouco que soube ou podia esclarecer.

Foi-se embora.



Depois saí e fui  à superfície comercial dos preços pequeninos, e constatei que um ajuntamento (o espaço é pequeno) de três velhas à entrada liam pausadamente e devagar revistas como a Maria e a Gente e assim … pausadamente lentas e sem pestanejar ou mexer, excepto para virar a página, depois de cuspir nos dedos...



Óviamente que não as compraram.

Já estavam lidas.

Amanhã quando for comprar o jornal vou fazer o mesmo. Vai-se a saber é um fenómeno gondomarense. Ler e não pagar.

Está certo, paga-se para comprar, que eu saiba ler não tem preço…





Labels: , ,

0 Comments:

Post a Comment

<< Home