Alvão - Tentativa II (Maio 2006)
Mais uma tentativa gorada, já nos começamos a habituar.
Para não variar estava um tempo inóspito como o caraças, pelo que nos decidimos a comer as sandes que trazíamos nos alforges sem mais delongas, logo ali, onde o nevoeiro, ou lá o que aquilo era, dava para cortar à faca.
A alternativa estava à nossa frente, como cartas em cima da mesa, pelo que arrumamos o baralho e fizemo-nos à estrada, para mais um passeio de carro, que se revelou uma viagem introspectiva, tendo como pano de fundo um misto de música fúnebre ou funesta e música de constituir família o que não era muito prático, éramos três, nenhum de nós hermafrodita, e além do mais as sandes tinham caído mal a todos, e afinal estávamos via pública e no carro não tinha cortinas nem havia toalhitas para limpar as mãos. Podíamos pelo menos ensaiar umas poses, arriscou um dos convivas como que a tentar a sorte para levar uns quantos estalos, sem ensaio nem nada.
À saída do local, ensaiamos sim uma tentativa de fotografar os ursos do Alvão, uma espécie rara e em vias de extinção, tendo para isso o Crackers imitado o chamamento, o urro da fêmea no cio, um sonoro e barulhento “PROAC”, mas sem resultados reais à vista, o máximo que conseguimos ver foi um esquilo vermelho morto na beira da estrada e umas vacas em debandada, entretanto não vimos absolutamente mais nada pois tivemos de evacuar para fora do carro às pressas.
Á frustração da caminhada gorada seguiu-se o passeio, descemos à Vila, passeamo-nos pelos jardins de Mateus, detivemo-nos na Galafura.
Lá do alto de S. Leonardo, fraquejaram-nos os joelhos, e as palavras tremeram-nos na boca, e saindo a muito custo, pois são elas tantas e saem com tanta força que ficam atafulhadas à saída do orifício bocal. Perante esta impossibilidade técnica, podemos sempre recorrer ao Miguel, num dos muitos grafiti por ali espalhados por este autor popular,
Talvez como nós, fazendo um percurso alternativo a algo que correu mal, ou apenas em busca do sossego conferido pelo anonimato, Souto Moura, na altura nosso PGR, deambulava por ali como nós, sujeito a levar algum par de estalos, ou assim.
Finalmente abancamos para o almoço, ou pelo menos para debulhar o que restava das sandochas que trazíamos nos sacos plásticos, num dos muito locais piqueniqueiros que por ali há, tentando encontrar um que fosse ermo, neste ermitério, o que se revelou mais difícil do que parecia à primeira vista, pois entretanto começaram a chegar uns quantos romeiros, que podiam confundir-nos com macumbeiros.
(Café, Crackers style)
Comer com as mãos? Devem pensar que sou algum bárbaro!
S. Leonardo da Galafura até ao rio, que é de oiro (hoje não), à Barragem de Bagaúste, e depois rumo ao Porto, na estrada das 976 curvas.
Não fomos ao Alvão, mas tivemos pena, ou talvez não...
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