Friday, June 08, 2012

Casa Correia - Reflexões sobre a matéria “Pudiníca”…



Ainda o pudim não saiu da forma metálica, o que aliás irá acontecer por minha culpa, já me encontro em introspeção vinícola, à qual se soma também a expansão muscular corporal, que resulta da alarvidão gulosa deste vil homem que, não bastando as pratadas fartas de deliciosas carnes gordas, folhinhos a rodos, feijão e arroz, ainda verteu um quartilho de verde branco (de onde se compreenderá por certo a introspeção pseudo-filosófica) e portanto, se prepara agora para desfazer o pudim, objectivo aliás desta minha romagem , pois como bem se sabe, tripas, é coisa que não só não aprecio … como dou-lhes um tiro.

Enfim, as coisas que faço pela religião que professo, confesso, com muita fé.

Ah, é o vinho a falar, dirão, eu acho que não, na verdade é mesmo a mais pia e fervorosa devoção que aqui me trás sempre que posso.

Faço tudo pelo pudim!



Divago.



Respiro fundo (não sem dificuldade).

Molho o bico no pouco néctar que me resta.

Concentro-me na contemplação do pudim (insisto, razão de ser da minha vinda aqui, e do meu escrito).

Debico-o em colheradas ligeiras, qual pardalito pequeno.

Aaaaahhh!... Que delícia!



Por momentos veio-me à ideia todos os comensais que não vieram cá hoje. Essa cambada, corja de ímpios, insensatos néscios, infiéis, e outros energúmenos da mesma laia. Mas cedo a ideia se esfuma no foguetório das sinapses de uma nova colherada de pudim envolvido em caramelo caseiro.

Por isso, biltres, não me falem mais nesse assunto, que quem não vem aqui quando pode, se não vem é porque não gosta do pudim.



Garganta? … eu também tenho uma! E está untadita de caramelo…


http://olhares.sapo.pt/tripas-a-moda-do-porto-foto5192515.html